quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

As aventuras do filho da puta desgraçado depressivo que toma café minutos antes de dormir e reclama que não dorme

Era tarde, no relógo badalavam 23h40, ele acabara de desligar a tv. Vira um filme, e gostara. Queria tomar café. Queria tomar desde antes do último lanche que comera. Saiu do quarto. O Hospital estava barulhento, pacientes moribundos e acompanhantes nostálgicos papeavam conversas desisnteressantes. Pensava no seu passado. Pensava nela. Pensava nas músicas que ouviam. Pensava em tanta coisa, e só queria um café. Foi até a cafeteria, mas sempre observando as luzes e os corredores e as pessoas, porque é isso que ele fazia de melhor. Observar. Observava e observava, e ninguém o mirava, como se fosse invisível. Talvez fosse, foda-se, ele não se importava, por que o faria? Chegou a cafeteria, pediu um café. Era amargo, como sua vida, mas era quente, diferente da noite. Não brilhava, parecia o céu, sem estrelas. Ventava, frio do caralho. Ele tava sem blusa, é um desgraçado mesmo, merecia tudo que passou, que passa e que passará. Volta e meia da xícara aos lábios e ela nos pensamentos. "Não dá pra sair daí não vagabunda? Já cansei dessa porra, quero algo novo" pensava. "2 anos já é o bastante pra limpar as memórias né?" Voltou ao quarto, sentou na cadeira, no chão, na cama, na poltrona, na mesa e no assento sanitário. Que porra ele fazia ali no assento sanitário, às 1h14 a.m.? Só ele devia saber, mas não era algo útil. Abriu a porta e ficou na sacada. Olhou os prédios, as ruas, os carros, as pessoas, as luzes, o corpo, a foto dela, as chamadas não atendidas e as mensagens não lidas. "Maldita, por que tua foto aparece no meio? Por que não vai embora? Acho que levei sério demais a promessa de que nunca te abandonaria, agora essa porra só me fode." Ficou com mais frio do que antes, entrou no quarto e sentou na poltrona. Cobriu os 2 cadáveres vivos que ali estavam. Sentou-se na poltrona de novo. Reclinou-a. Voltou ao normal. Repetiu esse processo deprimente por mais 2 horas. E em todo esse tempo ele pensava nela. Se fodeu de novo rapaz. As 3h, o celular despertou. As 3h40, de novo. Dessa vez, o paciente, seu amigo, acordou e desligou-o. Nosso herói que parece mais um verme, adivinhem, voltou a merda da poltrona, e lá ficou até 4h30, para finalmente dormir. Acordou as 6h30. Não dormiu mais. Não tomou mais café. Viu alguns filmes. Mas ela ainda estava lá. E ainda está, aposto que está pensando nela agora.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Natal

Compras, abraços, beijos, presentes, troca de presentes, comidas! Quanta coisa boa no Natal, não é? Não há moradores de rua, todo mundo é feliz, todo mundo tem dinheiro pra comprar presente para os familiares, vizinhos, companheiros de trabalho, academia e todo o resto de coisas inúteis que fazemos. Todo mundo consegue pagar as contas, quando não, fingem que não tem dívidas. Todos contam piadas que todos já ouviram, mas riem como se fosse a primeira vez. Você recebe beijos e abraços de pessoas que não gosta ou sequer sabem quem é, mas deixa aquele sorriso amarelo na cara, como quem gostou. O mesmo para presentes dado por alguém que sabe o que gosta, mas insiste em dar aquilo que não gosta. Todas as famílias se unem, e todos comemoram, como se fossem unidos! Ahhhh, é o Natal! É o Natal! E viva toda a mágica natalina!

Post do meu antigo fotolog, do natal passado. Nada mudou, nada ficou, tudo se transformou. Menos a falsidade do natal. Feliz Natal.