O sexo acaba. Ele desaba ao lado dela, e ambos, cansados e
extasiados, olham para o teto por 2 ou 3 minutos. Ele levanta, pega o maço, vai
para a cozinha e serve-se duma xícara de café. Pergunta se ela deseja algo,
prontamente tem a resposta: "traz suco, por favor". Retorna com o
copo de suco, a xícara e um cigarro à boca, enquanto procura o isqueiro.
Senta-se à beira da cama, e a observa atentamente. Ela, por sua vez, admira-se,
nua e com suas vestes em mãos, no espelho. Ela foi tomar banho, ele, ficou
deitado. Deitado, ele pensa consigo mesmo sobre o vazio de sua vida, outra
transa em busca de completar esse vazio, ainda que por alguns momentos
efêmeros, angustia-se. Pensa em seus relacionamentos passados, porque
existiram, porque acabaram, como foram levados da graça à ruína. Ela, no banho,
reflete sobre sua insignificância, quanto tempo mais aquilo duraria, sobre a
brevidade da vida, sobre a necessidade de afirmação por parte de um terceiro
para sua autoafirmação. Retorna, deita na cama, fita-o no olho, riem. Por um
momento, os dois são eternos e infinitos.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
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