segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Apartamento vazio


A janela tá aberta, o sol ilumina meu rosto manchado de lágrimas, minhas olheiras enormes de noites mal dormidas, o café não tem o mesmo gosto, os porta-retratos estão vazios, a música não acalma mais.
É tão estranho acordar sem tê-la por aqui. Sem teu cheiro na roupa amassada jogada no chão. Sem teu sorriso pra observar. Teu cabelo pra tocar ou teu peso no meu colo. Faz falta, e que falta.
Já nem sei quanto tempo faz, se foi há alguns dias ou anos, não importa. Eu me olho no espelho e vejo um rascunho de alguém que já foi humano. Tanto faz, não vai mudar.
Eu assisto a tv quebrada, vejo filmes que nunca foram lançados, ouço o silêncio. Tudo vazio de preenchimento. As horas que tenho algo a fazer são raras, e não fazem sentido. As horas vagas tornam-se tenebrosas. Cadê você? Onde foi que eu errei?
Nossos manequins não me respondem mais. Nossos animais não me conhecem. Os filmes não fazem sentido. Que eu tenho que fazer, meu deus. Meu deus.
Cada dia uma parte de mim morre. Todo dia eu ponho jantar pra dois, acendo as velas, espero você. A porta tá aberta, não precisa bater. É só entrar e falar que veio conversar.
Eu não sei quando vai voltar, e se vai. Você sabe onde me encontrar. A porta tá aberta, é só entrar e falar que veio conversar...

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